PRATICAS DE CULTURA POPULAR


Ao visitar o bairro da Liberdade notamos o quão forte é a cultura japonesa e como eles lutam pela preservação dela. Logo de início percebemos todas as adaptações que os primeiros japoneses fizeram ao se instalarem na região, dando a real sensação de estarmos no Japão. O dia a dia dos moradores bem como dos lojistas é todo voltado para a cultura oriental, preservando inclusive o idioma que é falado pela maioria dos moradores e trabalhadores com quem tivemos contato.

A comida é uma das formas mais fortes de expressão cultural popular do bairro. Existem ali vários restaurantes, mercados, quitandas e etc. Entre outros estabelecimentos, visitamos também uma galeria antiga onde ao fundo achamos um pequeno armazém com diversos condimentos e bebidas preparadas para comercialização. O que mais nos chamou atenção foi a popularidade do sushi que é um prato japonês originado antes do século XIV.

CURIOSIDADE:

O Japão é constituído por ilhas com uma variedade enorme de peixes e mariscos há diversos pratos, desde as mais simples com atum enrolado em arroz avinagrado e alga nori, ao elegante sushi criado para ocasiões festivas.

A população japonesa se alimenta do que extrai no mar e dos seus campos de arroz. O prato surgiu de um modo de conservação do peixe, consumido tipicamente cru. Consistia em embrulhar o peixe no meio do arroz e o deixar fermentando durante alguns meses antes de ser consumido. Foi somente no começo do século passado que um chefe chamado Yohei decidiu fazer com que o sushi deixasse de ser apenas um método de preservação, e acabou desenvolvendo um sushi parecido com o conhecido hoje em dia. O prato rapidamente tornou-se muito popular no Japão.

Visitamos também uma feira localizada em frente à saída do metrô Liberdade com diversas barracas vendendo materiais e produtos feitos à mão. Uma das barracas que achamos bastante interessante foi a de Chouchin, luminária japonesa feita de armação de bambu (de formato variado) coberta de papel ou de seda comumente usadas na parte externa de alguns estabelecimentos e em ocasiões festivas.

CURIOSIDADE:

Originalmente o chouchin era uma espécie de lanterna em que se colocava uma vela acesa em seu interior e era carregada na mão quando se saía à noite. Nos dias de hoje em seu interior foram adaptados lâmpadas elétricas. Para os ambientes internos essas luminárias têm a denominação diferente, chama-se wafu shômei. Usadas como elementos decorativos em diferentes ambientes, as luminárias têm a sua versão também nas lanternas que, originalmente, foram usadas nas habitações dos monges budistas (chamadas torô), e desde então elas se transformaram numa luz que brilhava a noite toda num templo ou santuário. As lanternas também estão ligadas ao Festival Bon (Festival de Finados), celebrado em 15 de julho ou 15 de agosto dependendo da área do Japão. A crença popular diz que o espírito dos ancestrais, nesse dia, retorna para as suas famílias. Além das orações nos templos e altares familiares, muitas lanternas são acesas para guiar os espíritos em seu retorno para casa, e é por isso que também é chamado de Festival das Lanternas. Por todo o Japão, ao anoitecer promove-se o Bon Odori, a dança para confortar e entreter os seus ancestrais. Terminada a estação do Bon, acredita-se, os espíritos retornam para os seus lugares.

PRÁTICAS DE CULTURA ERUDITA

Na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, encontramos a VII Exposição de Pintura em Cerâmica. Oportunidade única de apreciar autênticos tesouros da cultura clássica erudita japonesa. Lá encontramos peças com símbolos do horóscopo japonês, pintura de samurais e gueixas, está exposição foi mostrada através da técnica da “Corda Seca”, técnica pouco acessível a toda população, pois exige um conhecimento mais aprofundado da arte.

CURIOSIDADE:

Corda Seca teve princípio com a cultura inca. É uma técnica de pintura em cerâmica em baixa temperatura com relevo. Esta cultura atravessa os tempos e garante lindas obras com cores vibrantes e uniformes. Desde a modelagem da argila até a queima da peça pronta, a arte em cerâmica acompanha as civilizações.

No bairro da Liberdade conhecemos um pouco do Teatro Fecap. Conversamos com o Diretor Executivo Thyago Braulio que nos passou informações sobre o local, eventos culturais que estavam em cartaz e a programação do mês. Infelizmente não pudemos fotografar a parte interna visto que a Rede Cultura de televisão estava montando a aparelhagem para o Show e Gravação do DVD do cantor Cauby Peixoto.

CURIOSIDADE:

Idealizado pelo presidente do Conselho de Curadores da FECAP - Fundação Escola Alvares Penteado – Horácio Berlinck, torna realidade o projeto que visa manter um espaço cultural único para a divulgação e preservação da memória da MPB. Em 2005 a sugestão de transformar o auditório da FECAP em um teatro foi aprovada. No campo acadêmico desenvolveu projetos pedagógicos de alta qualidade em seus tradicionais cursos de graduação em Ciências Econômicas, Relações Internacionais, Propaganda & Marketing e Secretariado, assim como no Colégio e em seus cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu.

O teatro é um tipo de cultura erudita visto que, além de mostrar a arte da dramaturgia que é interpretada por grandes personalidades e pessoas com uma formação acadêmica formal, não é de acesso livre à toda população. Apesar dos esforços em ações sociais e beneficentes, o teatro ainda é para um público restrito, tanto que o valor mínimo para o show do Cauby Peixoto é de R$ 100,00.