Uma realidade retratada através da ficção, conflito social e caos urbano. Assim, o filme “ensaio sobre a cegueira” alerta a sociedade.
Os limites do ser humano postos à prova a partir do momento que, inexplicavelmente, um homem é acometido por uma cegueira branca. As pessoas que o socorrem também são contaminadas e entram em quarentena. Apenas uma mulher mantém em secreto a sua visão e observa o desenrolar de toda a história. O filme demonstra que as pessoas precisam se unir para sobreviver, porém com o tempo afloram sentimentos de egoísmo, ganância, obediência, carinho, desejo, compaixão, entre outros. Mesmo assim mantêm-se próximas sob a esperança de superação diante do desmoronamento de suas vidas.
A partir desse ponto de vista conseguimos fazer um elo com o bairro que estamos trabalhando, a Liberdade, que fica a maior colônia japonesa fora do Japão. Os primeiros japoneses vieram em busca de trabalho e oportunidade de crescimento, com a esperança de dias melhores. Sabiam que isso só seria possível mediante a união deles. Em comparação com o filme, precisaram se unir para vencer as dificuldades, porém na história as pessoas foram contaminadas pela cegueira antes de se unirem, já com os orientais o processo foi inverso. Vieram unidos, porém aos poucos iniciaram uma cadeia de “cegueira” não somente pelos problemas sociais do bairro, mas também pela quantidade de informação, de pessoas, de propagandas, de comércio, de descontração, gerando assim uma região “poluída”, ocasionando essa cegueira branca, ou seja, não conseguimos processar a quantidade de informação apresentada.
Logicamente não analisamos o bairro apenas diante de um prisma negativo, visto que os moradores conseguiram se estabelecer fora de sua terra natal sem perder sua originalidade e costumes, além de propagar a própria cultura para toda cidade.
Nikkei Cultural: Com o Karaokê Dance os japoneses relembram suas raízes.
Saída do metrô Liberdade.
